A quem diga que a maneira de aprender
algo é definindo-a ou caracterizando-as, pois bem, cosmovisão é o modo pelo
qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. É a estrutura por meio da qual a
pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em
que a pessoa vê a realidades das coisas, do mundo.
Para se entender um universo tão
complexo e gigantesco, precisamos lançar mão de vários saberes, linguagens para
tentar compreender seus fenômenos. A procura por uma ordem, de uma ou várias
verdades e significado da realidade em nossa volta tem tomado diferentes
formas, a saber: Começando pelos saberes mitológicos, filosófico e científico.
Para Marileni Chaui o saber mitológico é
uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (dos astros, da terra, dos seres
humanos, da plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do
mal, da saúde e da doença, da morte, das guerras, entre outros).Essa era as
explicações dadas pelos os povos antigos sobre a realidade das coisas.Todas as
formas de manifestações mitológicas afirmam verdades ou não afirmam verdades.
Como também a ciência e a filosofia procuram verdades, mas a filosofia vai
além: ela indaga se existe mesmo a verdade ou se tudo é apenas uma questão de
cosmovisão. Na grecia antiga, por exemplo, alguns sábios conhecidos como
sofistas diziam não existir nenhuma verdade, nenhuma certeza de conhecimento:
tudo depende de cada um. Um grande sábio chamado Sócrates (Século v
a.c),pondo-se a essa idéia,dizia que a verdade está dentro do ser humano: basta
descobri-la,fazer uma parto dela.Os saberes mitológicos aceitam verdades muitas
vezes revelados por Deus ou deuses, as verdades da literatura dos Judeus ou
cristãos Torá,Bíblia e dos Islâmico através do Alcorão,por intermédio de um
profeta ou de um guia espiritual é uma evidencia clara.
E a ciência, que tipo de verdade,
cosmovisão possui,procura? A ciência quer na verdade entender e explicar o
mundo, saber como funcionam as coisas e como se pode lidar com a natureza. Ela
observa, experimenta e faz deduções. Até o século XIX, os cientistas achavam
que suas descobertas eram verdades definitivas. Porém, a partir do século XX, a
ciência começou a duvidar de si mesma e a aceitar que as verdades são
provisórias, pois sempre se pode modificá-las com base em novas descobertas e
observações.
Na segunda metade do século XX, surgiram
os filósofos pós-modernos. Como os sofistas,eles consideram que nenhuma verdade
é realmente definitiva,seja ela científica,mitológica,social ou filosófica:
Todas as verdades são apenas cosmovisões. Por isso, não podemos ter certeza de
nada. Será?
Segundo o cientista, Francis Collins no
seu livro no seu livro a linguagem de Deus, descreve:
“Nesta era moderna de cosmologia,
evolução tecnologia e genoma humano, será que ainda existe a possibilidade de
uma harmonia satisfatória entre as visões de mundo científico e espiritual? E
respondo com um sonoro sim! Em minha opinião, não há conflitos entre ser
cientista que age com serenidade e uma pessoa que tem uma cosmovisão de Deus
que tem interesse pessoal em cada um de nós. O domínio da ciência está em
explorar a natureza. O domínio de uma ordem superior encontra-se na esfera
espiritual, um campo que não é possível esquadrinhar com os instrumentos e a
linguagem da ciência; deve ser examinado com o coração, com a mente e a com a
alma – e a mente deve encontrar uma forma de abarcar ambos os campos do saber
humano.
Meu argumento é que tais perspectivas
podem coexistir em qualquer individuo,e de modo que enriqueça e ilumine a
experiência humana. A ciência é a única forma confiável para entender o mundo
da natureza,e as ferramentas científicas,quando utilizadas de maneira
adequada,podem gerar profundos discernimentos na existência material. A
ciência,entretanto ,é incapaz de responder a questões como: “ Por que o
universo existe?; “Qual o sentido da existência humana?; “ O que acontece após
a morte” etc.
De certa forma, nós já chegamos a uma
determinada visão de mundo, possamos ou não chamá-la assim. Ela nos auxiliar a
dar sentido ao mundo à nossa volta,fornecendo uma estrutura ética e conduz
nossas decisões sobre o futuro.
Por fim, termino com uma citação de
Rubens Alves dizendo: “Mas, em tudo isso é preciso não se esquecer de uma
coisa: Ciências é coisa humilde, pois se sabe que a verdade é inatingível.
Nunca lidamos com a coisa mesma, que sempre nos escapa. Aquilo que temos são
apenas modelos provisórios, coisas que construímos por meio de símbolos, para
entrar um pouco no desconhecido”.
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