segunda-feira, 23 de maio de 2016

Existe uma Cosmovisão única para se ver o mundo?



  
A quem diga que a maneira de aprender algo é definindo-a ou caracterizando-as, pois bem, cosmovisão é o modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade. É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê a realidades das coisas, do mundo.
Para se entender um universo tão complexo e gigantesco, precisamos lançar mão de vários saberes, linguagens para tentar compreender seus fenômenos. A procura por uma ordem, de uma ou várias verdades e significado da realidade em nossa volta tem tomado diferentes formas, a saber: Começando pelos saberes mitológicos, filosófico e científico.
Para Marileni Chaui o saber mitológico é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (dos astros, da terra, dos seres humanos, da plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, das guerras, entre outros).Essa era as explicações dadas pelos os povos antigos sobre a realidade das coisas.Todas as formas de manifestações mitológicas afirmam verdades ou não afirmam verdades. Como também a ciência e a filosofia procuram verdades, mas a filosofia vai além: ela indaga se existe mesmo a verdade ou se tudo é apenas uma questão de cosmovisão. Na grecia antiga, por exemplo, alguns sábios conhecidos como sofistas diziam não existir nenhuma verdade, nenhuma certeza de conhecimento: tudo depende de cada um. Um grande sábio chamado Sócrates (Século v a.c),pondo-se a essa idéia,dizia que a verdade está dentro do ser humano: basta descobri-la,fazer uma parto dela.Os saberes mitológicos aceitam verdades muitas vezes revelados por Deus ou deuses, as verdades da literatura dos Judeus ou cristãos Torá,Bíblia e dos Islâmico através do Alcorão,por intermédio de um profeta ou de um guia espiritual é uma evidencia clara.
E a ciência, que tipo de verdade, cosmovisão possui,procura? A ciência quer na verdade entender e explicar o mundo, saber como funcionam as coisas e como se pode lidar com a natureza. Ela observa, experimenta e faz deduções. Até o século XIX, os cientistas achavam que suas descobertas eram verdades definitivas. Porém, a partir do século XX, a ciência começou a duvidar de si mesma e a aceitar que as verdades são provisórias, pois sempre se pode modificá-las com base em novas descobertas e observações.
Na segunda metade do século XX, surgiram os filósofos pós-modernos. Como os sofistas,eles consideram que nenhuma verdade é realmente definitiva,seja ela científica,mitológica,social ou filosófica: Todas as verdades são apenas cosmovisões. Por isso, não podemos ter certeza de nada. Será?
Segundo o cientista, Francis Collins no seu livro no seu livro a linguagem de Deus, descreve:
“Nesta era moderna de cosmologia, evolução tecnologia e genoma humano, será que ainda existe a possibilidade de uma harmonia satisfatória entre as visões de mundo científico e espiritual? E respondo com um sonoro sim! Em minha opinião, não há conflitos entre ser cientista que age com serenidade e uma pessoa que tem uma cosmovisão de Deus que tem interesse pessoal em cada um de nós. O domínio da ciência está em explorar a natureza. O domínio de uma ordem superior encontra-se na esfera espiritual, um campo que não é possível esquadrinhar com os instrumentos e a linguagem da ciência; deve ser examinado com o coração, com a mente e a com a alma – e a mente deve encontrar uma forma de abarcar ambos os campos do saber humano.
Meu argumento é que tais perspectivas podem coexistir em qualquer individuo,e de modo que enriqueça e ilumine a experiência humana. A ciência é a única forma confiável para entender o mundo da natureza,e as ferramentas científicas,quando utilizadas de maneira adequada,podem gerar profundos discernimentos na existência material. A ciência,entretanto ,é incapaz de responder a questões como: “ Por que o universo existe?; “Qual o sentido da existência humana?; “ O que acontece após a morte” etc.
De certa forma, nós já chegamos a uma determinada visão de mundo, possamos ou não chamá-la assim. Ela nos auxiliar a dar sentido ao mundo à nossa volta,fornecendo uma estrutura ética e conduz nossas decisões sobre o futuro.
Por fim, termino com uma citação de Rubens Alves dizendo: “Mas, em tudo isso é preciso não se esquecer de uma coisa: Ciências é coisa humilde, pois se sabe que a verdade é inatingível. Nunca lidamos com a coisa mesma, que sempre nos escapa. Aquilo que temos são apenas modelos provisórios, coisas que construímos por meio de símbolos, para entrar um pouco no desconhecido”.

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